APRENDIZAGEM ORGANIZACIONAL DA LIBERTAÇÃO: MANUTENÇÃO DA ORDEM OU CULTIVO DE UMA SEMENTE TRANSFORMADORA?

Viviani Teodoro Santos, Marcio Pascoal Cassandre

Resumo


Esta é uma proposta de intervenção trans/formativa para aprendizagem organizacional numa atividade terceirizada. O objetivo da intervenção é despertar um processo de fortalecimento em um grupo de zeladoras terceirizadas de uma instituição de ensino superior federal consideradas oprimidas e subjugadas pela execução de tarefas de baixo prestígio às quais estão vinculadas. Num contexto em que a terceirização se solidifica rapidamente gerando consequências diametralmente opostas entre organização e trabalhador, é preciso pensar em formas que se não emancipam radicalmente o sujeito, ao menos inicie um processo de reflexão libertadora. Esta intervenção trans/formativa é inspirada na Teoria da Atividade Histórico-Cultural e na Psicologia da Libertação tendo como premissas a emancipação, a libertação, as virtudes populares e o coletivo, desafiando a aprendizagem organizacional apresentada no mainstream das organizações. Apesar da dificuldade dos próprios sujeitos em se enxergarem coletivamente e pertencentes a um contexto maior que a esfera organizacional, a experiência se mostrou produtiva como forma de transformação da atividade, com potencial para a desideologização do sujeito e com possibilidade de uma da aprendizagem organizacional libertadora para as organizações.


Palavras-chave


Aprendizagem Organizacional, Teoria da Atividade Histórico-Cultural, Psicologia da Libertação.

Texto completo:

PDF

Referências


Alvesson, M., & Willmott, H. (1992). Critical management studies. London: Sage.

Antonello, C.S, & Godoy, A.S. (2011). Aprendizagem Organizacional e Raízes da Polissemia. In: Antonello, C.S., & Godoy, A.S. (Eds.) Handbook de Aprendizagem Organizacional. Porto Alegre: Bookman, p.31-50.

Bitencourt, C. C., & Azevedo, D. (2006). O futuro da aprendizagem organizacional: possibilidades e desafios. Revista de Administração de Empresas, São Paulo, v. 46, p. 110-112, nov./dez. Edicão Especial.

Boff, L. (1985). Teologia do cativeiro e da libertação. Petrópolis: Vozes.

Boff, L (1997). Ecología: grito da la tierra, grito de los pobres. Madrid: Trotta.

Cangelosi, V., & Dill, W. (1965). Organizational Learning: observations towards a theory. Administrative Science Quartely, v. 10, n. 2, p. 175-203.

Cassandre, M. P. (2012). Metodologias Intervencionistas na Perspectiva da Teoria da Atividade Histórico-Cultural: Um Aporte Metodológico para Estudos Organizacionais. Tese de doutoramento não-publicada, Programa de mestrado e doutorado em Administração, Universidade Positivo, Curitiba, Brasil.

Cassandre, M. P., & Godoi, C. K. (2014). Metodologias Intervencionistas da Teoria da Atividade Histórico-Cultural: Abrindo Possibilidades para os Estudos Organizacionais. RGO. Revista Gestão Organizacional (Online).

Cassandre, M. P., Pereira-Querol, M. A., & Bulgacov, Y. L. M. (2012). Metodologias Intervencionistas: Contribuição Teórico-metodológica dos Princípios Vigotskyanos para Pesquisa em Aprendizagem Organizacional. In: Encontro Da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração, 26, Rio de Janeiro.

Clot, Y. (2007). A função psicológica do trabalho. Petrópolis: Vozes.

Cole, M. (1996). Cultural psychology: a once and future discipline. Cambridge: Belknap Press.

Engeström, Y. (1987). Learning by expanding: an activity-theoretical approach to developmental research. Orienta-Konsultit Oy.

Engeström, Y. (1999). Activity theory and individual and social transformation. In: EngeströM, Y.; Miettinen, R.; PunamäKi, R. L. (Eds.), Perspectives on activity theory. Cambridge: University Press, p. 19–38.

Engeström, Y. (2001). Expansive learning at work: Toward an activity-theoretical reconceptualization. Journal of Education and Work, v. 14, n. 1, p. 133-156. http://dx.doi.org/10.1080/13639080020028747

Engeström, Y. (2011). From design experiments to formative interventions. Theory & Psychology, Calgary, v. 21, n. 5, p. 598-628, Oct.

Engeström, Y. (2013). Aprendizagem expansiva no trabalho: em direção a uma reconceituação da teoria da atividade. In.: Simonelli, A. P., & Rodrigues, D. S. (Orgs). Sáude e trabalho em debate: velhas questões, novas perspectivas. Brasília: Paralelo 15, p. 71-104.

Engeström, Y., Miettinen, R., & Punamäki, R. (1999). Perspectives on activity theory. Cambridge: Cambridge University Press.

Engeström, Y., & Sannino, A. (2011). Discursive manifestations of contradictions in organizational change efforts: A methodological framework. Journal of Organizational Change Management, 24(3), p. 368-387.

Fals-Borda, O. (1985). The challenge os social change. London: Sage Publications.

Faria, J. H. (2009). Teoria crítica em estudos organizacionais no Brasil: o estado da arte. Cadernos EBAPE. BR, v. 7, no 3, artigo 8, Rio de Janeiro, Set.

Faria, J. H. (2016). [Entrevista concedida à turma de mestrado do Programa de Pós-Graduação em Administração da Universidade Estadual de Maringá], em 27/06/2016, na ocasião da aula reservada à discussão sobre Teoria Crítica. Maringá.

Freire, P. (2005). Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra.

Gil Flores, J. (1994). Aproximación interpretativa al contenido de la información textual. In: Análisis de datos cualitativos: aplicaciones a la investigación educativa. Barcelona: PPU, p. 65-107.

Gil Flores, J., Jiménez, E. G., & Gómez, G. R. (1994). El análisis de los datos obtenidos em la investigación mediante grupos de discusión. Enseñanza, vol XII, pp. 183-199.

Horkheimer, M. (1990). Teoria crítica. Buenos Aires: Amorrortu. (1ª edição em alemão, sob o título “Teoria tradicional e teoria crítica” - 1937).

Lektorsky, V. A. (2009). Mediation as a means of collective activity. In: Sannino, A., Daniels, H., & Gutierrez, K. D. (Eds.). Learning and expanding with activity theory. New York: Cambridge University Press, p. 75-87.

March, J., & Simon, H. (1993). Organization. 2nd ed. Cambridge, MA: Blackwell.

Martín-Baró, I. (1998). Psicología de la liberación. Madrid: Editorial Trotta.

Misoczky, M. C., & Amantino-de-Andrade, J. (2005). Uma crítica à crítica domesticada nos estudos organizacionais. Revista de Administração Contemporânea, v.9, n.1, pp. 193-210.

Montero, M. (1982). La psicología comunitaria: orígenes, principios y fundamentos teóricos", Boletín de la AVEPSO, V (1), 15-22. También en: (1984) Revista Latinoamericana de Psicología, 16 (3), p. 387-399.

Montero, M. (1984). Ideología, alienación e identidad nacional. Caracas, EBUC.

Montero, M. (2004a). Introducción a la psicología comunitaria. Desarrollo, conceptos y procesos. Editorial Paidós: Buenos Aires. Argentina.

Montero, M. (2004b). Relaciones entre psicologia social comunitária, psicologia crítica y psicologia de la liberación: una respuesta latino-americana. Psykhe, vol. 13, nº 2, nov, p. 17-28.

Montero, M. (2006). Hacer para transformar: el metodo em la psicología comunitária. Buenos Aires: Paidós.

Oliveira, S., & Piccinini, V. C. (2009). Validade e reflexividade na pesquisa qualitativa, Cadernos EBAPE.BR, Rio de Janeiro, v.1, n. 7, p. 88-98, mar.

Paes de Paula, A. P. (2016). Para além dos paradigmas nos Estudos Organizacionais: o Círculo das Matrizes Epistêmicas. Cadernos EBAPE.BR, v. 14, nº 1, Artigo 2. Rio de Janeiro, Jan/Mar.

Pereira-Querol, M. A., Jackson Filho, L. M., & Cassandre, M. P. (2011). Change Laboratory: uma proposta metodológica para pesquisa e desenvolvimento da Aprendizagem Organizacional. Administração: Ensino e Pesquisa, v. 12, n. 4.

Sannino, A. (2011). Activity theory as an activist and interventionist theory. Theory & Psychology. p.1-27.

Virkkunen, J., & Newnham, D. S. (2015). O laboratório de mudança: uma ferramenta de desenvolvimento colaborativo para o trabalho e a educação. Belo Horizonte: Fabrefactum.

Vygotsky, L. S. (1978a). Mind in society: the development of higher mental processes. Cambridge, MA: Harvard University Press.

Vygotsky, L. S. (1978b). Interaction between learning and development. In: Vygotsky, L. S. et al. (Eds.). Mind and Society. Cambridge, MA: Harvard University Press, p. 19-91, 1978b.




DOI: https://doi.org/10.21583/2447-4851.rbeo.2020.v7n3.336

Apontamentos

  • Não há apontamentos.




 

 

 

DOI 10.21583 

eISSN: 2447-4851

Desenvolvido por:

Logomarca da Lepidus Tecnologia