Flexibilidade Organizacional e Vivências de Prazer-Sofrimento: um ensaio teórico

Monique Nascimento, Eloise Helena Livramento Dellagnelo, Renê Birochi

Resumo


Este ensaio teórico tem por objetivo discorrer a respeito das implicações da flexibilidade organizacional nas vivências de prazer-sofrimento do trabalhador. Por meio deste estudo foi possível sugerir que o atual discurso de flexibilidade organizacional, liberdade oferecida ao trabalhador e maiores vivências de prazer, pode se tratar da legitimação da dominação burocrática, adaptada a um novo contexto econômico. Nesse sentido, ressalta-se a potencialidade que os estudos organizacionais possuem na produção de um conhecimento que auxilie na subversão do sofrimento em prazer, e propõe-se a reflexão das atuais práticas hegemônicas tanto em nível organizacional quanto global para que se tente superar as atuais instrumentalidades em prol de ambientes de trabalhos e organizações mais salutares.


Palavras-chave


Vivências de prazer-sofrimento; Flexibilidade organizacional; Estudos organizacionais.

Texto completo:

PDF

Referências


AKTOUF, O. Administração e teorias das organizações contemporâneas: rumo a um humanismo radical crítico? Organizações e Sociedade, v.8, n.21, p.13-34, 2001.

ANTUNES, R. Adeus ao Trabalho? Ensaios sobre as metamorfoses e a centralidade do mundo do trabalho. 9ª Edição. São Paulo, Cortez, 2003.

CLEGG, S. R. As Organizações Modernas. Oeiras: Celta Editora, 1998.

DELLAGNELO, E. H. L.; MACHADO-DA-SILVA, C. Novas formas organizacionais: onde se encontram as evidências empíricas de ruptura com o modelo burocrático de organizações? Organizações e Sociedade O&S, v.7, n.19, p. 19-33, set. /dez.2000.

DEJOURS, C. J. A Loucura do Trabalho: estudo de psicopatologia do trabalho. 5ª Edição Ampliada. São Paulo, Cortez – Oboré, 1992.

DEJOURS, C. Trabalho Vivo: Trabalho e emancipação (Tomo II). Brasília: Paralelo 15, 2012.

DEJOURS, J. C.; ABDOUCHELI, E.; JAYET, C. Psicodinâmica do Trabalho: contribuições da escola Dejouriana à análise da relação prazer, sofrimento e trabalho. 1ª Edição. São Paulo, Atlas, 2014.

ENRIQUEZ, E. In: MOTTA, F. P.; FREITAS, M. E. Vida Psíquica e Organização. Rio de Janeiro: FGV, 2000.

FERREIRA, M. C.; MENDES, A. M. “Só de pensar em vir trabalhar já fico de mau humor”: atividade de atendimento ao público e prazer-sofrimento no trabalho. Estudos de Psicologia, vol.6, n.1, p. 93-104, 2001.

GAULEJAC, V. de. Gestão como Doença Social: Ideologia, poder gerencialista e fragmentação social. São Paulo: Ideias & Letras, 2014.

MARZANO, M. Travail et compulsif apagamento de la subjectivité: L'hyperactivité comme fuite. Travailler, Paris, v 1, n. 11, p. 7-24, 2004.

MENDES, A. M. (Org.). Psicodinâmica do Trabalho: teoria, método e pesquisas. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2007.

MENDES, A. M; ARAÚJO, L. K. R. Clínica Psicodinâmica do Trabalho: o sujeito em ação. Curitiba: Juruá, 2012.

MENDES, A M.; MULLER, T. da C. Prazer no Trabalho. In: VIEIRA, F. de O.; MENDES, A. M.; MERLO, A. R. C. (Org.). Dicionário Critico de Gestão e Psicodinâmica do Trabalho. Curitiba: Juruá, 2013. p. 289-296.

MENDES, A. M.; TAMAYO, A. Valores organizacionais e prazer-sofrimento no trabalho. Psico-USF, v.6, n.1, p.39-46, jan./jun. 2001.

MENDES et al. Psicodinâmica e Clínica do Trabalho: temas, interfaces e casos brasileiros. 1ª Edição. Curitiba, Juruá, 2011.

MERLO, A. R. C.; MENDES, A. M. Perspectivas do Uso da Psicodinâmica do Trabalho no Brasil: teoria, pesquisa e ação. Cadernos de Psicologia Social e do Trabalho, v.12, n.2, p.141-156, 2009.

MORAES, R. D. de. Sofrimento Criativo e Patogênico. In: VIEIRA, F. de O.; MENDES, A. M.; MERLO, A. R. C. (Org.). Dicionário Critico de Gestão e Psicodinâmica do Trabalho. Curitiba: Juruá, 2013b. p. 415 - 419.

MOTTA, F. C. P Revisitado por VASCONCELLOS, I. F. G. de. WOOD, T. Jr. Controle Social nas Organizações. Revista de Administração de Empresas, v33, n.5, p.68-87, set. /out. 1993.

PAES DE PAULA, A. P. Tragtemberg revisitado: as inexoráveis harmonias administrativas e as burocracias flexíveis. Revista de Administração Pública, v. 36, n. 1, p. 127-144, jan./fev. 2002.

PAGÉS, M. et al. O poder das Organizações. São Paulo: Atlas, 1993.

PALMER, I.; BENVENISTE, J.; DUNFORD, R. New Organizational forms: towards a generative dialogue. Organization Studies, v. 28, n. 12, p. 47-60, jun. 2007.

RAMOS, A. G. A Nova Ciência das Organizações. Rio de Janeiro: FGV,1981.

SENNETT, R. A Corrosão do Caráter: as consequências pessoais do trabalho no novo capitalismo. Rio de Janeiro: Record, 1999.

SOUZA, C. M.; MENDES, A. M. Viver do lixo ou no Lixo: A saúde no trabalho de catadores de material reciclável em Brasília. Revista de Psicologia: Organizações e Trabalho, v.6, p.13-41, jul. /dez. 2006.

TENÓRIO, F. G. Flexibilização organizacional, mito ou realidade? Rio de Janeiro: FGV, 2002.

THOMPSON, P. Postmodernism: fatal distraction. In: HASSARD, J.; PARKER, M. Postmodernism and Organizations. London: Sage Publications, 1993.

VOLBERDA, H. W. Building the flexible firm: bow to remain competitive. New York: Oxford University Press, 1998.

WEBER, M. Economia e Sociedade: fundamentos da sociologia compreensiva. São Paulo: Editora Universidade de Brasília, 1999.




DOI: https://doi.org/10.21583/2447-4851.rbeo.2017.v4n2.121

Apontamentos

  • Não há apontamentos.




 

 

 

DOI 10.21583 

eISSN: 2447-4851

Desenvolvido por:

Logomarca da Lepidus Tecnologia