EMPRESARIZAÇÃO E MODERNIDADE: A IDEIA DE EMPRESA NO CENTRO DO MUNDO

Marcio Silva Rodrigues, Rosimeri de Fátima Carvalho da Silva

Resumo


Tomada como um modelo de referência, a ideia de empresa é, ao mesmo tempo, uma evidência e um ponto cego nas sociedades modernas.  O objetivo deste texto é justamente colocá-la em debate, destacando sua centralidade na construção de uma nova configuração social. Para realizar essa tarefa partimos de duas perspectivas sociológicas: uma que considera a empresa como uma organização e outra que a trata como uma instituição. Iniciamos com as considerações de Solé (2004; 2008) acerca da empresa como a organização típica da modernidade. Logo após, calcados nos trabalhos de Abraham (2006), discutimos a concepção da empresa entendida como uma instituição, enfocando o modo como ela consolida e impõe maneiras de agir e pensar típicos de nossa sociedade. Por fim, realizamos alguns esclarecimentos sobre pontos pouco explorados no texto e sobre os caminhos que vislumbramos para a continuidade dos estudos.


Palavras-chave


Empresa. Organização. Instituição. Empresarização. Modernidade.

Texto completo:

PDF

Referências


ABRAHAM, Yves-Marie. L’entreprise est-elle nécessaire? In: DUPUIS, Jean-Pierre (org.). Sociologie de l’entreprise. Montréal: Gaëtan Morin Editeur, 2006, p. 323-374.

BAUDRILLARD, J. Sociedade de consumo. São Paulo: Elfos, 1995.

CARVALHO, Cristina Amélia; VIEIRA, Marcelo Milano Falcão; GOULART, Sueli. A trajetória conservadora da teoria Institucional. Revista de Administração Pública, Rio de Janeiro, v. 39, n.4, p. 849-874, 2005.

CONSIDINE, Mark. Enterprising States: The Public Management of Welfare-to-Work. Cambridge: Cambridge University Press, 2001.

DUMONT, L. Homo Aequalis – gênese e plenitude da ideologia econômica. Bauru: EDUSC, 2000.

DURKHEIM, E. Da divisão do trabalho social. 2º ed. São Paulo: Martins Fontes, 1999.

___________. As regras do método sociológico. São Paulo. Martin Claret, 2005.

EMIRBAYER, Mustafa. Manifesto for a Relational Sociology. American Journal of Sociology, v.103, n.2, 1997.

ENGELS, F. A Origem da Família, da Propriedade Privada e do Estado. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1984.

ETZIONI, A. Organizações Modernas. São Paulo: Pioneira, 1968.

FAUCONNET, P. e M. MAUSS. Sociologia (1901). In: MAUSS, M. Ensaios de Sociologia. São Paulo: Editora Perspectiva, 1981.

FOUCAULT, Michel. História da sexualidade: a vontade de saber. 11ª ed. Rio de Janeiro: Edições Graal, 1993.

______. Microfísica do poder. Rio de Janeiro: Edições Graal, 2008a.

______. Nascimento da biopolítica: curso dado no Collège de France (1978-1979). São Paulo: Martins Fontes, 2008b

GALBRAITH, John Kenneth. L’ère de l’opulence. Paris: Calmann-Lévy, 1961.

GUERREIRO RAMOS, Alberto. A redução sociológica. 3a.edição, Rio de Janeiro, Editora da UFRJ, 1996.

HARVEY, David. Condição pós-moderna: uma pesquisa sobre as origens da mudança cultural. 16.ed. São Paulo: Loyola, 2007.

HELLER, Agnes. Una revisión de la teoria de las necessidades. Barcelona: Ediciones Paidós, 1998.

HOBBES, Thomas. Leviatã ou matéria, Forma e poder de um Estado eclesiástico e civil. São Paulo: Abril Cultural, 1984.

KALBERG, Stephen. Max Weber’s types of rationality: cornerstones for the analysis of racionalization process in history. American Journal of Sociology, v.85, n.5, 1980.

LIPOVETSKY, Gilles. O Império do Efêmero. São Paulo: Companhia das Letras, 1989.

LOCKE, John. Segundo Tratado sobre o Governo Civil. São Paulo: Editora Martin Claret, 2003.

MALTHUS, Tomas. R. Princípios de economia política e considerações sobre sua aplicação prática. São Paulo: Nova Cultural, 1996.

MARX, Karl. O Capital. São Paulo: Nova Cultural, 1996.

_______.; ENGELS, Friedrich. Manifesto do Partido Comunista. São Paulo: Editora Martin Claret, 2003.

MAUSS, Marcel. Ensaio sobre a dádiva. Forma e razão da troca nas sociedades arcaicas. In: Sociologia e Antropologia. v.2. São Paulo: Edusp, 1974.

NEVES, Maria Wanderley. Rumos Históricos da Organização Privatista. In: O empresariamento da educação: novos contornos do ensino superior no Brasil dos anos 1990. São Paulo: Xamã, 2002.

POLANYI, Karl. A grande transformação. Rio de Janeiro: Campinas, 2000.

PROUDHON, Pierre. O que é a propriedade?. Lisboa: Estampa. 1975.

REINERT, Hugo; REINERT, Eric. Creative Destruction in Economics: Nietzsche, Sombart, Schumpeter. In: Friedrich Nietzsche (1844-1900) – economy and society. Volume 3, The European Heritage in Economics and the Social Sciences. New York: Springer, pp 55-85.

RICARDO, David. Princípios de economia política e tributação. São Paulo, Nova Cultural, 1996.

ROUSSEAU, Jean-Jacques. A Origem da Desigualdade Entre os Homens. São Paulo: Editora Escala, 2007.

SAHLINS, Marshal. A primeira sociedade da afluência. In: CARVALHO, E. A. Antropologia Econômica. São Paulo: Humanas, 1978.

SAMUELSON, Paul. A.; NORDHAUS, W. D. Economia. Rio de Janeiro: McGraw-Hill, 2004.

SCHUMPETER, Joseph. A. Capitalismo, socialismo e democracia. Rio de Janeiro: Editora Fundo de Cultura, 1961.

______. História da Análise Econômica. Rio de Janeiro: Aliança, 1964.

______. Fundamentos do Pensamento Econômico. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1968.

______. A Teoria do Desenvolvimento Econômico: uma investigação sobre lucros, capital, crédito, juro e o ciclo econômico São Paulo: Nova Cultural, 1988.

SENNETT, Richard. A corrosão do caráter – consequências pessoais do trabalho no novo capitalismo. Rio de Janeiro: Record, 2004.

SIMMEL, Georg. O dinheiro na cultura moderna. In: SOUZA, J. E OËLZE, B. (Orgs) Simmel e a Modernidade. Brasília: Editora UNB, 1998.

SMITH, Adam. A Riqueza das Nações. São Paulo: Nova Cultural, 1996.

SOLÉ, Andreu. Créateurs de mondes – nos possibles, nos impossibles. Paris: Éditions du Rocher, 2000.

______. ¿Qué es una empresa? Construcción de un idealtipo transdisciplinario. Working Paper. Paris, 2004.

______. L’enterprisation du monde. In CHAIZE, J.; TORRES, F. Repenser l'entreprise: Saisir ce qui commence, vingt regards sur une idée neuve. Paris: Le Cherche Midi, 2008.

THOMPSON, John. D. Organization in action. New York: McGraw-Hill, 1967.

TRAGTENBERG, Maurício. Burocracia e Ideologia. São Paulo: Ática, 1974.

VAINER, C. Pátria, empresa e mercadoria - Notas sobre a estratégia discursiva do Planejamento Estratégico Urbano. Mundo Urbano - Publicación digital especializada en investigación urbana, v. 14, 2001.

WEBER, Max. Os fundamentos da organização burocrática: uma contribuição do tipo ideal. In: CAMPOS, Edmundo (Org., introd. e trad.). Sociologia da burocracia. Rio de Janeiro: Zahar, 1978.

______. Economia e Sociedade. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 2004a.

______. A Ética protestante e o espírito do capitalismo: texto integral. São Paulo: Martin Claret, 2004b.




DOI: https://doi.org/10.21583/2447-4851.rbeo.2019.v6n1.147

Apontamentos

  • Não há apontamentos.




 

 

 

DOI 10.21583 

eISSN: 2447-4851

Desenvolvido por:

Logomarca da Lepidus Tecnologia