“O QUE VOCÊ QUER SER QUANDO CRESCER?”: A REPRESENTAÇÃO DE SUJEITO NO DISCURSO DA MÍDIA INFANTIL

Marina Coelho, Ketlle Duarte Paes, Monique Nascimento, Marcio Rodrigues

Resumo


O título do trabalho ilustra a antecipação do pensar infantil acerca das atribuições de um mundo centrado na economia, em que o livre/lúdico brincar perde espaço para atividades/materiais que representam investimento eficiente em capital humano. Por esta razão, com base na Análise Crítica do Discurso anglo-saxã, propomos o exame da representação de sujeito de uma série que há mais de sete décadas ganha espaço no imaginário infantil: “Thomas e seus amigos”. Ao revelar que o trabalho ocupa a condução da vida humana (a vivência de sofrimento está associada exclusivamente ao não-trabalho), a análise do corpus também evidencia a representação de um sujeito/trabalhador ideal: produtivo, disciplinado e dócil/feliz. A obra, portanto, não apenas responde o que o sujeito deve ser quando crescer, mas atua na sua constituição. 

Palavras-chave


Sujeito; Trabalho; Mídia infantil; Análise crítica do discurso

Texto completo:

PDF

Referências


AZAMBUJA, Celso Candido. Prometeu: a sabedoria pelo trabalho e pela dor. Universidade de Coimbra, Archai, n. 10, jan/jul, 2013, 19-28.

BENJAMIN, Walter. Obras escolhidas. Vol. 1. Magia e técnica, arte e política. Ensaios sobre literatura e história da cultura. São Paulo: Brasiliense, 1987.

BREI, Vinícius Andrade; GARCIA, Lucinana Burnett; Strehlau, Suzane. A influência do Marketing na erotização precoce infantil feminina. Teoria e Prática em Administração, nº 1, vol 1, 2013, 97-116.

BRIENT, Jean-François; FUENTES, Victor Leon (Dir). Da servidão moderna. Documentário, 2009, 52 min. Cor.

BÖHM, Stephen. Repositioning Organization Theory: impossibilities and strategies. New York: Palgrave MacMillan, 2006.

CASTORIADIS, Cornelius. A instituição imaginária da sociedade. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2000.

DELEUZE, Gilles. Conversações. São Paulo: Editora 34, 1992.

DEJOURS, Christophe. Trabalho vivo: Trabalho e emancipação (Tomo II). Brasília: Paralelo 15, 2012.

FAIRCLOUGH, Norman. Discurso e Mudança Social. Brasília: Universidade de Brasília, 2001a.

FAIRCLOUGH, Norman. A Análise Crítica do Discurso e a Mercantilização do Discurso Público: Universidades. In: MAGALHÃES, C. M. Reflexões sobre a análise crítica do discurso. Belo Horizonte: Faculdade de Letras, UFMG, 2001b.

FAIRCLOUGH, Norman. Analysing Discourse: textual analysis for social research. London: Routledge, 2003.

FARIA, José Henrique de. Análise Crítica das Teorias e Práticas Organizacionais. São Paulo: Atlas, 2007.

FOUCAULT, Michel. Vigiar e punir: história da violência nas prisões. Petrópolis: Vozes, 2013.

FOUCAULT, Michel. A Ordem do Discurso. São Paulo: Loyola. 2014.

GAULEJAC, Vincent de. Gestão como doença social: ideologia, poder gerencialista e fragmentação social. São Paulo: Ideias e Letras, 2014.

GUEDES, Berenice Lagos. História da Educação no Rio Grande do Sul, Maçonaria e Igreja Anglicana: algumas imbricações, contradições e paradoxos (1901/1970). Tese (Doutorado). Universidade Federal de Pelotas: Pelotas, 2010.

GULLANE (THOMAS) LIMITED. A história de Thomas e Seus Amigos. 2018. Disponível em: . Acesso em: 15 maio 2018.

HESÍODO. Os Trabalhos e os Dias. Curitiba: Segesta, 2012.

JORGE, Marco Antônio Coutinho. Fundamentos de psicanálise de Freud a Lacan. Rio de Janeiro (RJ): Jorge Zahar, 2012.

LACAN, Jacques. Escritos. Rio de Janeiro (RJ): Zahar, 1998.

MAGALHÃES, Célia. A Análise Crítica do Discurso enquanto Teoria e Método de Estudo. In: MAGALHÃES, Célia. Reflexões sobre a Análise Crítica do Discurso. Belo Horizonte: Faculdade de Letras, UFMG, 2001.

MAGALHÃES, Izabel. Introdução à análise de discurso crítica. PUC-SP D.E.L.T.A. , v. 21, n. especial, 2005, 1-9.

OLIVEIRA, Glacielli; INCERTI, Tânia; CASAGRANDE, Lucas. Impactos da mídia na construção da identidade psicossocial da criança contemporânea. In: VI Simpósio Nacional de Ciência, Tecnologia e Sociedade, Anais... Rio de Janeiro, 2015. 136-137.

PASDIORA, Maria Alice; BREI, Vinícius Andrade. A formação do hábito de consumo infantil: uma análise crítica da Teoria de Consumo de Status aplicada às classes sociais altas e baixas no Brasil. Organizações & Sociedade, UFBA, v. 21, n. 68, 2014, 789-813.

POSTMAN, Neil. O Desaparecimento da Infância. Rio de Janeiro: Grafhia Editorial, 1999.

RAMOS, Alberto Guerreiro. A nova ciência das organizações: uma reconceituação da riqueza das nações. São Paulo: Fundação Getúlio Vargas, 1989.

RESENDE, Viviane de Melo. Análise de Discurso Crítica e Realismo Crítico: implicações interdisciplinares. Campinas: Pontes, 2009.

SALLES, Helena Kuerten. de. Conhece-te a ti mesmo: O Discurso da Avaliação em Organizações Sem Fins Lucrativos. Tese (Doutorado). Curso de Pós-Graduação em Administração, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2014. 275p.

SANTOS, Boaventura de Souza. Para uma sociologia das ausências e uma sociologia das emergências. Revista Crítica de Ciências Sociais, Coimbra, Out, 2002, 237-280.

SELL, Carlos Eduardo. Sociologia Clássica. Petrópolis: Vozes, 2013.

STAVRAKAKIS, Yannis. Lacan y lo politico. Buenos Aires: Prometeo – UNLP, 2007.

THOMPSON, John. Ideologia e cultura moderna: teoria social crítica na era dos meios de comunicação de massa. Petrópolis: Vozes, 2002.

VAN DIJK, Teun. Discurso e Poder. São Paulo: Contexto, 2010.

WEBER, Max. A Ética protestante e o Espírito do Capitalismo. São Paulo: Martin Claret, 2013.




DOI: https://doi.org/10.21583/2447-4851.rbeo.2019.v6n2.239

Apontamentos

  • Não há apontamentos.




 

 

 

DOI 10.21583 

eISSN: 2447-4851

Desenvolvido por:

Logomarca da Lepidus Tecnologia