“Ruim com ele, pior sem ele”: servidão (in)voluntária que reforça o trabalho escravo contemporâneo, apontamentos à luz da Psicodinâmica do Trabalho

Fernando de Oliveira Vieira, Maiara Oliveira Marinho, Liliam Deisy Ghizoni

Resumo


Objetiva-se abordar o tema da servidão voluntária entrelaçado às definições de trabalho escravo contemporâneo, tecendo apontamentos com o olhar da Psicodinâmica do Trabalho.Questiona-se: a organização do trabalho contemporâneo não estaria orientada por um discurso de servidão voluntária? A noção de servidão voluntária escrita por La Boétie em meados do século XVI, constitui o centro do debate por trazer em seu bojo a presença constante e atemporal da opressão. Trabalho escravo é um crime contra a dignidade humana, ele é visualizado quando um sujeito submete outro a: trabalhos forçados, jornada exaustiva, condições degradantes e restrição de liberdade. Para a Psicodinâmica do Trabalho, há um claro esmagamento do sujeito que deseja trabalhar mas vive a obrigação de servir. Conclui-se que a servidão voluntária se encontra viva na atualidade, diante das situações de escravidão contemporânea vivenciadas, tanto no meio rural, quanto urbano. Destarte, propõe-se uma agenda de pesquisas sobre a temática para o campo da Administração, que envolvem: o ideal de ego na sociedade de consumo; a escravidão contemporânea e a analogia à escravidão, e o trabalho, a subjetividade e a emancipação.

 


Palavras-chave


Discurso da Servidão Voluntária; trabalho escravo contemporâneo; Psicodinâmica do trabalho

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DOI: https://doi.org/10.21583/2447-4851.rbeo.2018.v5n1.117

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