Os Despossuídos e a Prisão: Representações Estigmatizadas Sobre Pessoas Vivendo com HIV/AIDS em Uma Casa de Apoio
Resumo
Este trabalho revela como as representações sociais estigmatizadas sobre o HIV/AIDS interferem negativamente na realização dos objetivos de acolhimento e cuidado de saúde em uma organização não governamental (ONG) identificada como Casa de Apoio. A pesquisa é de natureza qualitativa e a coleta de dados foi realizada por meio de observação participante, entrevistas semiestruturadas e pesquisa documental. Emergiram dos achados duas categorias pensadas a partir da categoria geral “estigma”: a “prisão”, que simboliza uma aproximação da Casa de Apoio com a noção de instituição total; e os “despossuídos”, que associa as pessoas vivendo com HIV/AIDS à negação da posse de bens materiais e de elementos imateriais ligados a valores morais. A pesquisa revelou que os estigmas se impõem como barreiras que aumentam as possibilidades dessas pessoas buscarem o desligamento da instituição.
Palavras-chave
Texto completo:
PDFReferências
BASTOS, F. I.; SWARCWALD, C. L. AIDS e pauperização: principais conceitos e evidências empíricas. Cad. Saúde Pública, v. 16, n. 1, p. 65-76, 2000.
BRITO, A. M.; CASTILHO, E. A.; SZWAREWALD, C. L. AIDS e infecção pelo HIV no Brasil: Uma epidemia multifacetada. Rev. Soc. Bras. de Med. Trop., 2000.
CARRARA, S.; MOARES, C. Um mal de folhetim. Comunicações do ISER, v. 17, p. 20-26. 1985.
CAVEDON, N. R.; Administração de Toga desvendando a cultura organizacional da UFRGS e da UNISINOS. 2000. Tese (Doutorado em Administração) – Programa de Pós-Graduação em administração, UFRGS, Porto Alegre, 2000.
CHEQUER, P.; CASTILHO, E. C. Epidemiologia do HIV/AIDS no Brasil. In: PARKER, R. Políticas, Instituições e AIDS: Enfrentando a Epidemia no Brasil. Rio de Janeiro: ABIA; 1997.
COELHO, N. Brasil bate recorde de pessoas em tratamento contra o HIV e AIDS, 2015. Disponível em: Acesso em 22 de junho de 2016.
DANIEL, H.; PARKER, R. AIDS, a terceira epidemia: ensaio e tentativas. São Paulo: Iglu Editora, 1991.
FEITOSA, A. C et al. Terapia anti-retroviral: fatores que interferem na adesão de crianças com HIV/AIDS. Esc. Anna Nery, Rio de Janeiro, v. 12, n. 3, set. 2008. Disponível em: . Acesso em: 28 out. 2014.
GALVÃO, J. AIDS no Brasil: a agenda de construção de uma epidemia. Rio de Janeiro: Ed.34, 2000.
GOFFMAN, E. Estigma: notas sobre a manipulação da identidade deteriorada. 4. ed. Rio de Janeiro: LTC, 1988.
______. Manicômios, prisões e conventos. São Paulo: Perspectiva, 2010.
JODELET, D. Representações do contágio e a AIDS. In: MADEIRA, M.; JODELET, D. (Orgs.). AIDS e Representações sociais: à busca de sentidos. Natal: EDUFRN, 1998.
______. As Representações Sociais. Rio de Janeiro: UERJ, 2001.
MOSCOVICI, S. Representações sociais: investigações em psicologia social. 5. ed. Petrópolis: Editora Vozes, 2007.
PASSOS, M. R. L. Dessetologia, DST. 5. ed. Rio de Janeiro: Cultura Médica, 2005.
SOARES, M. A AIDS. São Paulo: Publifolha, 2001.
SONTAG, S. AIDS e suas metáforas. São Paulo: Companhia das Letras, 1989.
SZWARCWALD, C. L.; BASTOS, F. I.; ESTEVES, M. A. P.; ANDRADE, C. L. T. A disseminação da epidemia da AIDS no Brasil, no período de 1987-1996: uma análise espacial. Cad. Saúde Pública, v. 16, (Suppl1), p. 7-21, 2000.
VERMELHO, L. L.; BARBOSA, H. S. R.; NOGUEIRA, A S. Mulheres com AIDS: desvendando histórias de risco. Cad. de Saúde Pública, v. 15, n. 2, p. 369-379, 1999.
WAGNER, W. Representation in action. In: SAMMUT, G.; ANDREOULI, E.; GASKELL, G.; VALSINER, J. (Eds.). The Cambridge Handbook of Social Representations. Cambridge: Cambridge University Press, 2015, p. 12-28.
DOI: https://doi.org/10.21583/2447-4851.rbeo.2018.v5n1.149
Apontamentos
- Não há apontamentos.
DOI 10.21583
eISSN: 2447-4851