DISPOSIÇÕES E TRABALHADORES-PROPRIETÁRIOS AGRESTINOS: HABITUS FEIRANTE, FILHOS DAS FEIRAS E TENSÕES EMERGENTES

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.21583/2447-4851.rbeo.2021.v8n3.471

Palabras clave:

Agreste, disposições, trabalhadores-proprietários, pesquisa social periférica.

Resumen

Este relato visa partilhar aspectos de uma trajetória de pesquisa que se serviu da sociologia de Pierre Bourdieu e Bernard Lahire para estudos sobre as condições de vida, trabalho e negócios de indivíduos que possuem sua origem, trajetória ou atualidade associadas à classe trabalhadora. O fio condutor é o modo como a noção de disposições funcionou como ferramenta teórico-epistêmica na prática de pesquisa social no Agreste pernambucano, em particular, por meio daquilo que as noções de habitus feirante, filhos das feiras e tensões (disposicionais) emergentes permitiram explicitar e interpretar. Ao final, procura-se sintetizar alguns aprendizados aos quais se acredita ter chegado por meio do uso de tal noção, bem como de suas ressignificações localizadas, em um tipo de prática de pesquisa social periférica.

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Biografía del autor/a

Marcio Gomes de Sá, Universidade Federal da Paraíba - UFPB

Professor-pesquisador no Departamento de Ciências Sociais (DCS) e no Programa de Pós-Graduação em Sociologia (PPGS) do Centro de Ciências Humanas Letras e Artes (CCHLA) da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), vinculado ao LAEPT (Laboratório de Estudos e Pesquisas em Políticas Públicas e Trabalho) e colaborador no Programa de Pós-Graduação em Gestão Pública e Cooperação Internacional (PGPCI) na mesma instituição. É autor de alguns livros, dentre os quais destaca Feirantes: Quem são e como administram seus negócios (Editora UFPE, 3a edição) e Filhos das feiras: uma composição do campo de negócios agreste (Editora Massangana-Fundaj), cofundador do Grupo de Estudos e Intervenções do Agreste (Geia), do qual foi líder (2016-2017). Realizou período de estudos na Universidade de Bolonha (Itália), esteve como pesquisador visitante no Trinity College, Universidade de Dublin (Irlanda), e concluiu um doutorado em Sociologia na Universidade do Minho, Braga (Portugal). Atuou na coliderança do tema Epistemologias e Teorizações em Estudos Organizacionais e Administração da Anpad (2019-2020). Tem como principais temas de interesse: modernização periférica; gente, negócios e trabalho em contextos periféricos; epistemologia e metodologia em ciências sociais; administração e políticas públicas; organizações sem fins lucrativos; artesanato no Nordeste. Atuou como professor-pesquisador na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) de 2006 a 2019.

Citas

BOURDIEU, Pierre. O poder simbólico. Portugal: Difel; Brasil: Bertrand, 1989.

BOURDIEU, Pierre. Pierre Bourdieu. Renato Ortiz (Org.). São Paulo: Ática, 1994.

BOURDIEU, Pierre. Razões práticas. Campinas: Papirus, 1996.

BOURDIEU, Pierre. Esboço de auto-análise. São Paulo: Companhia das Letras, 2005.

BOURDIEU, Pierre. A distinção: crítica social do julgamento. São Paulo/Porto Alegre: Edusp/Zouk, 2007.

BOURDIEU, Pierre; WACQUANT, Loïc. An Invitation to Reflexive Sociology. Chicago: The University of Chicago Press, 1992.

LAHIRE, Bernard. Retratos sociológicos. Porto Alegre: Artmed, 2004.

LAHIRE, Bernard. Patrimônios individuais de disposições: para uma sociologia à escala individual. Sociologia, Problemas e Práticas, Lisboa, n. 49, 2005a, p. 11-42.

LAHIRE, Bernard. L’esprit sociologique. Paris: Éditions La Découverte, 2005b.

LAHIRE, Bernard. La condition littéraire: La double vie des écrivains. Paris: Éditions La Découverte, 2006a.

LAHIRE, Bernard. A cultura dos indivíduos. Porto Alegre: Artmed, 2006b.

LAHIRE, Bernard. Por uma sociologia disposicionalista e contextualista da ação. In: JUNQUEIRA, Lilia (Org.). Cultura e classes sociais na perspectiva disposicionalista. Recife : Editora UFPE, 2010, p. 17-36.

LAHIRE, Bernard. A fabricação social dos indivíduos. Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 41, n. especial, 2015, p. 1393-1404.

SÁ, Marcio. Construtivismo bourdieusiano como linguagem: Uma interpretação pragmática. Revista Configurações, v. 16, 2015 p. 115-128.

SÁ, Marcio. Filhos das feiras: uma composição do campo de negócios agreste. Recife: Massangana-Fundaj, 2018.

SÁ, Marcio. Feirantes: quem são e como administram seus negócios. 3ª ed. Recife: Editora UFPE, 2019a.

SÁ, Marcio. Em busca do impacto perdido? Experiências significativas com sentido local em pesquisa, ensino e extensão. Farol - Revista de Estudos Organizacionais e Sociedade, v. 6, n. 15, 2019b, p. 365-399.

SÁ, Marcio. Experiências agrestinas: pistas para a pesquisa sobre gente e negócios em contexto periférico. Rev. adm. empres., São Paulo, v. 60, n. 2, 2020a, p. 120-130.

SÁ, Marcio. Além do barro: tensões simbólicas e negócios numa comunidade artes. In: Anais do 44o Encontro Anual da Anpocs. São Paulo: Anpocs, 2020b, p. 1-18.

SÁ, Marcio. Além do barro: heranças de Vitalino no século 21? Recife: Cepe Editora (no prelo).

SÁ, Marcio; SOUZA, Denise; SOUSA, Jessica; LEAL, Bárbara. A comunidade artesã do Alto do Moura no século 21: Tensões Emergentes em um Espaço Social Local em Transformação. Política & Trabalho, UFPB, v. 52, 2020, p. 178-195.

SÁ, Marcio; LORETO, Myrna; SOUSA, Jessica; SOUZA, Denise. O Artesanato como Negócio Periférico: Esboço de Instrumento Teórico-Epistêmico e Análise Multidimensional no Caso do Alto do Moura-PE. In: Anais do Encontro da Associação Nacional de Pós-Graduação em Administração. Maringá: Anpad, 2020, p. 1-16.

SANTORO, Marco. Putting Bourdieu in the Global Field. Sociologica, Bologna, v. 2, 2008, p. 1-33.

SOUZA, Jessé. (org.) A Ralé Brasileira: quem é e como vive. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2009.

SOUZA, Jessé. (org.) Os Batalhadores Brasileiros: nova classe média ou nova classe trabalhadora? 2a ed. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2012.

Publicado

2022-01-10

Cómo citar

SÁ, Marcio Gomes de. DISPOSIÇÕES E TRABALHADORES-PROPRIETÁRIOS AGRESTINOS: HABITUS FEIRANTE, FILHOS DAS FEIRAS E TENSÕES EMERGENTES. Revista Brasileira de Estudos Organizacionais, Curitiba, v. 8, n. 3, p. 692–708, 2022. DOI: 10.21583/2447-4851.rbeo.2021.v8n3.471. Disponível em: https://rbeo.emnuvens.com.br/rbeo/article/view/471. Acesso em: 1 sep. 2025.