PERMANÊNCIA DAS TEORIAS CLÁSSICAS NAS ORGANIZAÇÕES: UMA ANÁLISE DA PRODUÇÃO CIENTÍFICA SOBRE TAYLOR, FAYOL, MAYO E MCGREGOR
Palabras clave:
Adminstração, Teoria, Organização do trabalho, Taylor, Fayol, Mayo, McGregorResumen
As teorias clássicas da administração do início do século XX permanecem como um arcabouço conceitual ativo na produção científica, demonstrando notável capacidade de adaptação e ressignificação. Este estudo investiga a permanência dos referenciais teóricos de Taylor, Fayol, Mayo e McGregor na literatura acadêmica. Mediante análise bibliométrica (realizada com o software R) de um corpus de 22 artigos indexados na Web of Science, foi possível evidenciar a herança desses referenciais: o taylorismo se reatualiza no debate sobre digitalização, controle algorítmico e produtividade, enquanto as contribuições de Fayol, Mayo e McGregor sustentam discursos sobre liderança, motivação e cultura organizacional. Os resultados apontam para uma persistência que transcende a mera referência, indicando uma reelaboração ativa desses fundamentos para explicar e intervir em fenômenos organizacionais contemporâneos. Ao discutir a permanência dessas abordagens no campo da administração, o artigo contribui para o debate sobre os limites do conhecimento administrativo, reforçando a necessidade de uma reflexão crítica sobre sua influência histórica na ciência e nas práticas das organizações.
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