A IDEIA DE ORGANIZAÇÃO CULTURAL NO DISCURSO DA POLÍTICA NACIONAL DE CULTURA VIVA: UMA ANÁLISE CRÍTICA DO DISCURSO

Autores

  • Marina Coelho Universidade Federal de Santa Catarina
  • Eloise Helena Livramento Dellagnelo Universidade Federal de Santa Catarina
  • Monique Nascimento Universidade Federal de Santa Catarina

DOI:

https://doi.org/10.21583/2447-4851.rbeo.2021.v8n1.344

Palavras-chave:

Organizações culturais. Análise Crítica do Discurso. Política Nacional de Cultura Viva. Fazedores de Cultura. Organizações contra hegemônicas.

Resumo

Objetivou-se, neste estudo, evidenciar a representação de organização cultural no discurso da Política Nacional de Cultura Viva, utilizando como teoria e método a Análise Crítica do Discurso de Norman Fairclough (2001, 2003). Constituíram o corpus da análise: a Lei que institui a Política Nacional de Cultura Viva e a Instrução Normativa que a regulamenta, além de discursos proferidos pelos dirigentes responsáveis pela Política à época de sua instituição e regulamentação. Não obstante à luta discursiva iniciada no contexto de concepção do então Programa, em 2004, a partir da análise do corpus selecionado concluiu-se que, o reconhecimento de grupos populares como fazedores de cultura e a valorização da diversidade e identidade da cultura que produzem, não encontra, transcorridos mais de 10 anos, correspondência no reconhecimento das práticas e na valorização das diferentes formas e identidades organizacionais de seus fazedores.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Marina Coelho, Universidade Federal de Santa Catarina

Doutoranda pelo Programa de Pós Graduação em Administração da Universidade Federal de Santa Catarina (PPGA/UFSC).

Eloise Helena Livramento Dellagnelo, Universidade Federal de Santa Catarina

Professora no Programa de Pós Graduação em Administração da Universidade Federal de Santa Catarina (PPGA/UFSC).

Monique Nascimento, Universidade Federal de Santa Catarina

Doutoranda pelo Programa de Pós Graduação em Administração da Universidade Federal de Santa Catarina (PPGA/UFSC).

Referências

BARBALHO, A. O Sistema Nacional de Cultura no Governo Dilma: Continuidades e Avanços. Revista Lusófona de Estudos Culturais. Vol. 2, n.2, pp. 188-207, 2014.

BENJAMIN, W. Obras escolhidas: magia e técnica, arte e política: ensaios sobre literatura e história da cultura. São Paulo: Brasiliense, 1994.

BÖHM, S. Repositioning Organization Theory: impossibilities and strategies. New York: Palgrave MacMillan, 2006.

BOTELHO, I. Dimensões da cultura e políticas públicas. São Paulo em perspectiva. v.15, n.2, 2001.

BRANT, L. O poder da Cultura. São Paulo: Peirópolis. 2009. 128 p.

BRASIL. Instrução Normativa No- 1, de 7 de abril de 2015. Regulamenta a Lei nº 13.018, de 22 de julho de 2014, que institui a PNCV e dá outras providências. Disponível em: <http://www.cultura.gov.br/legislacao/-/asset_publisher/siXI1QMnlPZ8/content/instrucao-normativa-n%C2%BA-1-2015-minc/10937>. Acesso em: 10 de abril de 2015.

BRASIL. Lei Nº 13.018 de 22 de julho de 2014. Institui a Política Nacional Cultura Viva e dá outras providências. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L13018.htm> Acesso em: 02 de agosto de 2014.

BRIENT, J- F.; FUENTES, V. L. Da servidão moderna. Editora independente. 2009.

CALABRE, Lia. Políticas Culturais no Brasil: balanço e perspectivas. In: III ENECULT - ENCONTRO DE ESTUDOS MULTIDISCIPLINARES EM CULTURA, 2007, Salvador. Salvador: UFBA, 2007.

CLEGG, S. R. As organizações modernas. Lisboa: Celta, Oeiras, 1998.

CUCHE, D. A noção de Cultura nas Ciências Sociais. Tradução de Viviane Ribeiro. Bauru: EDUSC, 1999.

DELLAGNELO, E.; MACHADO-DA-SILVA, C. Novas formas organizacionais: Onde se encontram as evidências empíricas de ruptura com o modelo burocrático de organizações? Organizações e Sociedade. v. 7. n. 19. Set-Dez 2000.

FAIRCLOUGH, N. Discurso e Mudança Social. Tradução de Izabel Magalhães. 1. ed. Brasília: Universidade de Brasília, 2001.

FAIRCLOUGH, N. Analysing Discourse: textual analysis for social research. London: Routledge, 2003.

FOUCAULT, M. A Ordem do Discurso: Aula inaugural do Collège de France, pronunciada em 2 de dezembro de 1970. Tradução Laura Fraga de Almeida Sampaio. 24 ed. São Paulo: Loyola. 2014.

GIL, G. Discurso de Posse no Ministério da Cultura em fevereiro de 2003. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u44344.shtml> acesso em 28 de agosto de 2015.

GOMOR DOS SANTOS, E. Formulação de políticas culturais: Leis de incentivo e as inovações do Programa Cultura Viva. Dissertação (mestrado) Fundação Getúlio Vargas, Escola de Administração de Empresas de São Paulo, 2008.

LACERDA, A. P. de. Democratização da Cultura X Democracia Cultural: os Pontos de Cultura enquanto política cultural de formação de público. In: I SEMINÁRIO INTERNACIONAL DE POLÍTICAS CULTURAIS. Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Fundação Casa de Rui Barbosa: 2010.

MEDEIROS, A. K. de; ALVES, M. A.; FARAH, M. F. S. Programa Cultura Viva e o campo organizacional da cultura: análise de políticas públicas pela perspectiva institucionalista. Rev. Adm. Pública, Rio de Janeiro, v. 49, n. 5, p. 1215-1235, Out. 2015 .

FERREIRA, J.; BENTES, I. Cerimônia de Lançamento da Política Nacional Cultura Viva dia 08 de abril de 2014. In: Governo lança Política Nacional de Cultura Viva. Brasília: TV Nacional do Brasil, 2015. (74 min.). Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=Jq1y04vcwWo>. Acesso em: 28 jun. 2018.

BENTES, I. Entrevista concedida ao programa Agenda da Rede Minas de Televisão sobre a regulamentação da Lei Cultura Viva dia 10 de abril de 2015. In: Entrevista com Ivana Bentes – Lei Cultura Viva. Belo Horizonte: Rede Minas de Televisão, 2015. (10 min.). Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=XwfF2sQFQMA>. Acesso em: 28 jun. 2018.

BELFIORE, Eleonora. The social impacts of the arts – myth or reality? In: MIRZA, Munira (org). Culture Vultures: is UK arts policy damaging the arts? Londres: Policy Exchange Limited. 2006.

MIZOCZKI, M. Das práticas não-gerenciais de organizar à organização para a práxis da libertação. In.: MIZOCZKI, M., FLORES, R., MORAES, J. (org). Organização e práxis libertadora. Porto Alegre: Dacasa Editora, 2010

NOGUEIRA, A. C. Pontos de cultura, particularidades na gestão? Um estudo na primeira capital brasileira da cultura. 2007. 149f. Dissertação (Mestrado em Administração) - Programa de Pós-Graduação em Administração da Universidade Federal de Pernambuco, Recife.

NUNES, A. F. Programa Cultura Viva: primeiras aproximações de um campo político. In: VI SEMINÁRIO INTERNACIONAL DE POLÍTICAS CULTURAIS. Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Fundação Casa de Rui Barbosa: 2015.

ORTIZ, R. A moderna tradição brasileira. 5ª ed. São Paulo: Brasiliense, 1994.

PAES DE PAULA, A. P. Tragtenberg revisitado: as inexoráveis harmonias administrativas e a burocracia flexível. Revista de Administração Pública. v. 36, n. 1. 2002.

PARKER, M. Against Management. Malden: Balckwell Publisher Inc, 2002. 250 p.

RAMALHO, V.; RESENDE, V. de M. Análise de discurso (para a) crítica: o texto como material de pesquisa. Campinas: Pontes, 2011.

RAMOS, A. G. A nova ciência das organizações: uma reconceituação da riqueza das nações. São Paulo: Fundação Getúlio Vargas, 1989.

ROCHA, S. C. Programa Cultura Viva e seu processo de estadualização na Bahia. 2011. 231f. Dissertação (Mestrado em Cultura e Sociedade) - Programa Multidisciplinar de Pós-Graduação em Cultura e Sociedade da UFBA, Salvador.

ROCHA, S. C.; ARAGÃO, A. L. Direitos Culturais no Brasil e uma breve análise do programa Cultura Viva. In: II SEMINÁRIO INTERNACIONAL DE POLÍTICAS CULTURAIS. Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Fundação Casa de Rui Barbosa: 2011.

RUBIM, A. A. C. Políticas Culturais no Governo Dilma: Patamar Rebaixado. In: RUBIM, A. A. C; BARBALHO, A.; CALABRE, L. (Orgs). Políticas Culturais no Governo Dilma. Salvador: EDUFBA, 2015. p.11-31.

SALLES, H. K. de. Conhece-te a ti mesmo: O Discurso da Avaliação em Organizações Sem Fins Lucrativos. 2014. 275p. Tese (Doutorado em Administração) - Programa de Pós-Graduação em Administração da Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis.

SANTOS, B. de S. Para uma sociologia das ausências e uma sociologia das emergências. Revista Crítica de Ciências Sociais, Coimbra, n. 63, p. 237-280, Out 2002.

SANTOS, B. de S. O Fórum Social Mundial: manual de uso. Cap. 2. São Paulo: Editora Cortez, 2005.

SERVA, M. A racionalidade substantiva demonstrada na prática administrativa. RAE -Revista de Administração de Empresas. São Paulo, v. 37, n.2, p. 18-30, 1997.

SOLÉ, Andreu. ¿Qué es una empresa? Construcción de un idealtipo transdisciplinario. Paris: Working paper, 2004.

TURINO, C. Pontos de cultura: O Brasil de baixo para cima. Ed Anita Garibaldi, 2ª ed. São Paulo. 2010.

TURINO, C. O desmonte do Programa Cultura Viva e dos Pontos de Cultura sob o governo Dilma. Revista Fórum. 7 de julho, 2013. Disponível em: < https://www.revistaforum.com.br/o-desmonte-do-programa-cultura-viva-e-dos-pontos-de-cultura-sob-o-governo-dilma/ >. Acesso em 15 de agosto de 2015.

TURINO, Célio. Chamada para o 1º Congresso Latino Americano de Cultura Viva Comunitária. 2014. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=YsUbmSwSDJs>. Acesso em 10 de setembro de 2015.

VAN DIJK, T. Discurso e Poder. 2. ed. São Paulo: Contexto, 2010.

Downloads

Publicado

2021-04-29

Como Citar

COELHO, Marina; DELLAGNELO, Eloise Helena Livramento; NASCIMENTO, Monique. A IDEIA DE ORGANIZAÇÃO CULTURAL NO DISCURSO DA POLÍTICA NACIONAL DE CULTURA VIVA: UMA ANÁLISE CRÍTICA DO DISCURSO. Revista Brasileira de Estudos Organizacionais, Curitiba, v. 8, n. 1, p. 214–245, 2021. DOI: 10.21583/2447-4851.rbeo.2021.v8n1.344. Disponível em: https://rbeo.emnuvens.com.br/rbeo/article/view/344. Acesso em: 2 set. 2025.