APRENDIZAGEM ORGANIZACIONAL DA LIBERTAÇÃO: MANUTENÇÃO DA ORDEM OU CULTIVO DE UMA SEMENTE TRANSFORMADORA?

Autores

DOI:

https://doi.org/10.21583/2447-4851.rbeo.2020.v7n3.336

Palavras-chave:

Aprendizagem Organizacional, Teoria da Atividade Histórico-Cultural, Psicologia da Libertação.

Resumo

Esta é uma proposta de intervenção trans/formativa para aprendizagem organizacional numa atividade terceirizada. O objetivo da intervenção é despertar um processo de fortalecimento em um grupo de zeladoras terceirizadas de uma instituição de ensino superior federal consideradas oprimidas e subjugadas pela execução de tarefas de baixo prestígio às quais estão vinculadas. Num contexto em que a terceirização se solidifica rapidamente gerando consequências diametralmente opostas entre organização e trabalhador, é preciso pensar em formas que se não emancipam radicalmente o sujeito, ao menos inicie um processo de reflexão libertadora. Esta intervenção trans/formativa é inspirada na Teoria da Atividade Histórico-Cultural e na Psicologia da Libertação tendo como premissas a emancipação, a libertação, as virtudes populares e o coletivo, desafiando a aprendizagem organizacional apresentada no mainstream das organizações. Apesar da dificuldade dos próprios sujeitos em se enxergarem coletivamente e pertencentes a um contexto maior que a esfera organizacional, a experiência se mostrou produtiva como forma de transformação da atividade, com potencial para a desideologização do sujeito e com possibilidade de uma da aprendizagem organizacional libertadora para as organizações.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografias Autor

Viviani Teodoro Santos, Universidade Tecnológica Federal do Paraná

Mestre em Administração pela Universidade Estadual de Maringá (UEM), na linha de pesquisa Estudos Organizacionais e Sociedade. Graduação em Administração e especialização em Gestão Empresarial pela Unespar - Apucarana. Atua como administradora na UTFPR - Apucarana. Área de Pesquisa: Aprendizagem Organizacional sob a perspectiva da Teoria da Atividade Histórico-Cultural, Psicologia Social Comunitária Latino-Americana e Psicologia da Libertação.

Marcio Pascoal Cassandre, Universidade Estadual de Maringá

Pós-doutor pela Danish School of Education da Aarhus University (Copenhagen), Programa Learning, Innovation and Sustainability in Organisations? (LISO). Doutor em Administração pela Universidade Positivo com período sanduíche pela University of Helsinki no Center for Research on Activity, Development and Learning (CRADLE). Possui mestrado pela Universidade Estadual de Maringá (2008), especialização em Marketing pelo Instituto de Ciências Sociais do Paraná (2002), especialização em Responsabilidade Social e Organizações do Terceiro Setor pela Faculdade Estadual de Ciências Econômicas de Apucarana (2004) e graduação em Administração pela Faculdade Estadual de Ciências Econômicas de Apucarana (1998). Servidor público estadual desde 2004, atua como professor adjunto no departamento de Administração da Universidade Estadual de Maringá, ministrando disciplina na área de Gestão de Pessoas, e no Programa de Pós-Graduação em Administração do mesmo departamento, estando à cargo das disciplinas de Teoria das Organizações e Aprendizagem Organizacional. É líder do tema Conhecimento e Aprendizagem da divisão acadêmica Gestão de Pessoas e Relações de Trabalho (GPR) na ANPAD - Associação Nacional de Pós-graduação e Pesquisa em Administração (Gestão 2018-2020). Avaliador MEC-INEP. Tem experiência na área de Administração Geral, Gestão de Pessoas, Aprendizagem Organizacional, Metodologias Qualitativas de Pesquisa em Administração, além de desenvolver estudos teórico-empíricos sobre as Metodologias Intervencionistas de pesquisa em organizações.

Referências

Alvesson, M., & Willmott, H. (1992). Critical management studies. London: Sage.

Antonello, C.S, & Godoy, A.S. (2011). Aprendizagem Organizacional e Raízes da Polissemia. In: Antonello, C.S., & Godoy, A.S. (Eds.) Handbook de Aprendizagem Organizacional. Porto Alegre: Bookman, p.31-50.

Bitencourt, C. C., & Azevedo, D. (2006). O futuro da aprendizagem organizacional: possibilidades e desafios. Revista de Administração de Empresas, São Paulo, v. 46, p. 110-112, nov./dez. Edicão Especial.

Boff, L. (1985). Teologia do cativeiro e da libertação. Petrópolis: Vozes.

Boff, L (1997). Ecología: grito da la tierra, grito de los pobres. Madrid: Trotta.

Cangelosi, V., & Dill, W. (1965). Organizational Learning: observations towards a theory. Administrative Science Quartely, v. 10, n. 2, p. 175-203.

Cassandre, M. P. (2012). Metodologias Intervencionistas na Perspectiva da Teoria da Atividade Histórico-Cultural: Um Aporte Metodológico para Estudos Organizacionais. Tese de doutoramento não-publicada, Programa de mestrado e doutorado em Administração, Universidade Positivo, Curitiba, Brasil.

Cassandre, M. P., & Godoi, C. K. (2014). Metodologias Intervencionistas da Teoria da Atividade Histórico-Cultural: Abrindo Possibilidades para os Estudos Organizacionais. RGO. Revista Gestão Organizacional (Online).

Cassandre, M. P., Pereira-Querol, M. A., & Bulgacov, Y. L. M. (2012). Metodologias Intervencionistas: Contribuição Teórico-metodológica dos Princípios Vigotskyanos para Pesquisa em Aprendizagem Organizacional. In: Encontro Da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração, 26, Rio de Janeiro.

Clot, Y. (2007). A função psicológica do trabalho. Petrópolis: Vozes.

Cole, M. (1996). Cultural psychology: a once and future discipline. Cambridge: Belknap Press.

Engeström, Y. (1987). Learning by expanding: an activity-theoretical approach to developmental research. Orienta-Konsultit Oy.

Engeström, Y. (1999). Activity theory and individual and social transformation. In: EngeströM, Y.; Miettinen, R.; PunamäKi, R. L. (Eds.), Perspectives on activity theory. Cambridge: University Press, p. 19–38.

Engeström, Y. (2001). Expansive learning at work: Toward an activity-theoretical reconceptualization. Journal of Education and Work, v. 14, n. 1, p. 133-156. http://dx.doi.org/10.1080/13639080020028747

Engeström, Y. (2011). From design experiments to formative interventions. Theory & Psychology, Calgary, v. 21, n. 5, p. 598-628, Oct.

Engeström, Y. (2013). Aprendizagem expansiva no trabalho: em direção a uma reconceituação da teoria da atividade. In.: Simonelli, A. P., & Rodrigues, D. S. (Orgs). Sáude e trabalho em debate: velhas questões, novas perspectivas. Brasília: Paralelo 15, p. 71-104.

Engeström, Y., Miettinen, R., & Punamäki, R. (1999). Perspectives on activity theory. Cambridge: Cambridge University Press.

Engeström, Y., & Sannino, A. (2011). Discursive manifestations of contradictions in organizational change efforts: A methodological framework. Journal of Organizational Change Management, 24(3), p. 368-387.

Fals-Borda, O. (1985). The challenge os social change. London: Sage Publications.

Faria, J. H. (2009). Teoria crítica em estudos organizacionais no Brasil: o estado da arte. Cadernos EBAPE. BR, v. 7, no 3, artigo 8, Rio de Janeiro, Set.

Faria, J. H. (2016). [Entrevista concedida à turma de mestrado do Programa de Pós-Graduação em Administração da Universidade Estadual de Maringá], em 27/06/2016, na ocasião da aula reservada à discussão sobre Teoria Crítica. Maringá.

Freire, P. (2005). Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra.

Gil Flores, J. (1994). Aproximación interpretativa al contenido de la información textual. In: Análisis de datos cualitativos: aplicaciones a la investigación educativa. Barcelona: PPU, p. 65-107.

Gil Flores, J., Jiménez, E. G., & Gómez, G. R. (1994). El análisis de los datos obtenidos em la investigación mediante grupos de discusión. Enseñanza, vol XII, pp. 183-199.

Horkheimer, M. (1990). Teoria crítica. Buenos Aires: Amorrortu. (1ª edição em alemão, sob o título “Teoria tradicional e teoria crítica” - 1937).

Lektorsky, V. A. (2009). Mediation as a means of collective activity. In: Sannino, A., Daniels, H., & Gutierrez, K. D. (Eds.). Learning and expanding with activity theory. New York: Cambridge University Press, p. 75-87.

March, J., & Simon, H. (1993). Organization. 2nd ed. Cambridge, MA: Blackwell.

Martín-Baró, I. (1998). Psicología de la liberación. Madrid: Editorial Trotta.

Misoczky, M. C., & Amantino-de-Andrade, J. (2005). Uma crítica à crítica domesticada nos estudos organizacionais. Revista de Administração Contemporânea, v.9, n.1, pp. 193-210.

Montero, M. (1982). La psicología comunitaria: orígenes, principios y fundamentos teóricos", Boletín de la AVEPSO, V (1), 15-22. También en: (1984) Revista Latinoamericana de Psicología, 16 (3), p. 387-399.

Montero, M. (1984). Ideología, alienación e identidad nacional. Caracas, EBUC.

Montero, M. (2004a). Introducción a la psicología comunitaria. Desarrollo, conceptos y procesos. Editorial Paidós: Buenos Aires. Argentina.

Montero, M. (2004b). Relaciones entre psicologia social comunitária, psicologia crítica y psicologia de la liberación: una respuesta latino-americana. Psykhe, vol. 13, nº 2, nov, p. 17-28.

Montero, M. (2006). Hacer para transformar: el metodo em la psicología comunitária. Buenos Aires: Paidós.

Oliveira, S., & Piccinini, V. C. (2009). Validade e reflexividade na pesquisa qualitativa, Cadernos EBAPE.BR, Rio de Janeiro, v.1, n. 7, p. 88-98, mar.

Paes de Paula, A. P. (2016). Para além dos paradigmas nos Estudos Organizacionais: o Círculo das Matrizes Epistêmicas. Cadernos EBAPE.BR, v. 14, nº 1, Artigo 2. Rio de Janeiro, Jan/Mar.

Pereira-Querol, M. A., Jackson Filho, L. M., & Cassandre, M. P. (2011). Change Laboratory: uma proposta metodológica para pesquisa e desenvolvimento da Aprendizagem Organizacional. Administração: Ensino e Pesquisa, v. 12, n. 4.

Sannino, A. (2011). Activity theory as an activist and interventionist theory. Theory & Psychology. p.1-27.

Virkkunen, J., & Newnham, D. S. (2015). O laboratório de mudança: uma ferramenta de desenvolvimento colaborativo para o trabalho e a educação. Belo Horizonte: Fabrefactum.

Vygotsky, L. S. (1978a). Mind in society: the development of higher mental processes. Cambridge, MA: Harvard University Press.

Vygotsky, L. S. (1978b). Interaction between learning and development. In: Vygotsky, L. S. et al. (Eds.). Mind and Society. Cambridge, MA: Harvard University Press, p. 19-91, 1978b.

Publicado

2020-12-18

Como Citar

SANTOS, Viviani Teodoro; CASSANDRE, Marcio Pascoal. APRENDIZAGEM ORGANIZACIONAL DA LIBERTAÇÃO: MANUTENÇÃO DA ORDEM OU CULTIVO DE UMA SEMENTE TRANSFORMADORA?. Revista Brasileira de Estudos Organizacionais, Curitiba, v. 7, n. 3, p. 481–509, 2020. DOI: 10.21583/2447-4851.rbeo.2020.v7n3.336. Disponível em: https://rbeo.emnuvens.com.br/rbeo/article/view/336. Acesso em: 1 set. 2025.